Avaliação e Tratamento da Urolitíase (Pedras nos Rins)

O que são “pedras nos rins”? Como se formam?
Pedras nos rins ou cálculos renais são formados por sais minerais dissolvidos na urina (ácido úrico, cálcio, fósforo, cistina). Quando sua urina tem altos níveis destes minerais e sais eles se agregam em cristais que usualmente são removidos do corpo pelo fluxo natural da urina. Em algumas situações, os cristais aderem-se ao tecido renal ou localizam-se em áreas onde não conseguem ser removidos e formam cálculos que podem crescer em tamanho  desde alguns milímetros até  preencher todas as estruturas ocas internas do rim.
Algumas pedras permanecem no rim e não causam quaisquer problemas. Às vezes, a pedra pode se deslocar pelo ureter, um tubo fino de drenagem entre o rim e a bexiga, bloqueá-lo e causar dor intensa, muito severa, a cólica renal. Por alguns é descrita como a pior dor que alguém pode sentir.
Os cálculos ocorrem três vezes mais em homens do que em mulheres, principalmente dos 30 aos 50 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer fase da vida.
De que as “pedras nos rins” são feitas?
Os cálculos variam em composição, tamanho e dissolubilidade. Existem cinco tipos predominantes: Oxalato de cálcio, fosfato de cálcio, ácido úrico, estruvita (infecção), cistina, e cálculos de tipos mistos.
O cálculos de  cálcio (80 % das pedras) são o tipo mais frequente, podendo ser de oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio . O oxalato de cálcio é de longe o tipo mais comum. Os cálculos de cálcio não são solúveis, portanto não respondem a tratamentos para  Algumas pessoas têm demasiado cálcio na urina, aumentando o risco de pedras de cálcio . Mesmo com quantidades normais de cálcio na urina , pedras de cálcio pode formar por outras razões .
As pedras de ácido úrico (5-10 % dos tipos de pedras): O ácido úrico é um produto residual do metabolismo de proteínas.  Os cristais de ácido úrico não se dissolvem bem se a urina estiver ácida e em vez disso podem formar uma pedra de ácido úrico. Por sua vez a urina ácida pode ser resultado de condições como: estar acima do peso, diarreia crônica, diabetes tipo 2 (níveis de açúcar elevado no sangue), gota, dieta com excesso de proteína animal e pobre em legumes e verduras, dentre outros fatores de risco. O excesso de consumo suplementos protéicos por praticantes de musculação sem orientação de um profissional da saude pode causar aumento da incidência deste tipo de calculo.
A presença de cálculos renais de estruvita  (+-10 % de pedras) ocorre por infecção recorrente do trato urinário. Algumas bactérias podem tornar a urina menos ácida e mais  alcalina promovendo a formação destas pedras de origem infecciosa que muitas vezes  são grandes, com ramos (coraliformes ou em forma de coral), e crescimento muito rápido. As pessoas que estiveram internadas por longo tempo, aqueles que usaram tubos ou sondas de longo prazo em seus rins ou bexiga, ou pessoas com problemas de esvaziamento da bexiga devido a distúrbios neurológicos (paralisia, esclerose múltipla, e espinha bífida) estão em maior risco de desenvolver este tipo de pedra de origem infecciosa.
Os cálculos de cistina (menos do que 1 % das pedras): Cistina é um aminoácido encontrado em certos alimentos;  e é um dos blocos de construção das proteínas. Esta presente no dia a dia de nossa alimentação. Cistinúria (muito cistina na urina) é uma doença rara, de origem metabólica e herdada geneticamente. É quando os rins não reabsorvem cistina a partir da urina. Quando grandes quantidades de cistina estão na urina, começam a formar pedras. Os cálculos de cistina, muitas vezes começam a se formar na infância.
Como previnir?
A melhor forma para quem quer prevenir ou evitar a reincidência de cálculos renais é incorporar hábitos saudáveis diários, ou seja, praticar exercícios, adotar uma dieta saudável e definitivamente: tomar mais água.  É essencial beber bastante líquido para manter o equilíbrio e eliminar os minerais que se acumulam para formar as pedras. O ideal é tomar entre dois a três litros de água por dia. O líquido aumenta a movimentação das partículas dentro do organismo e, com isso diminui a chance delas se concentrarem e se agregarem nos rins.
Check-up e Tratamento da Urolitíase
A avaliação periódica do trato urinário é muito importante principalmente em indivíduos com histórico familiar de pedras nos rins, ou que pertençam a algum grupo de risco, como os que estão acima do peso, diabéticos, ou que utilizam dietas ricas em proteínas.
O tratamento urológico vai depender da quantidade, localização, tamanho e grau de dureza das pedras, assim como dos sintomas apresentados. Dessa maneira,  não existe uma fórmula pronta e cada paciente deve ser analisado individualmente.
Em geral, 80% de todos os cálculos urinários são expelidos naturalmente em 3 semanas, após um ou mais episódios de cólica renal. Terapias com medicamentos que facilitam a passagem das pedras podem abreviar este tempo. Em outros casos, especialmente nos cálculos maiores, pode ser necessário um tratamento cirúrgico planejado através dos exames de imagens e baseado na condição de saúde do paciente.
Hoje, com as técnicas minimamente invasivas e novas fontes de energia como o Holmium laser, a maior parte dos cálculos são tratados endoscopicamente sem a necessidade de cirurgia aberta.
As técnicas mais utilizadas são:
1. Litotripsia Extracorpórea (LECO)  É uma técnica minimamente invasiva que permite a fragmentação dos cálculos, através da aplicação de pulsos de energia ultrassônica de alta intensidade durante o período de 30-60 min. O procedimento é realizado em regime ambulatorial sob sedação. Isso permite que o paciente retorne para casa logo após o procedimento.
2. Ureterolitotripsia rígida para cálculos no trato urinário baixo. A fragmentação é realizada com probe balístico, ultrassônico ou fibra laser) e a cirurgia realizada sob raquianestesia.
3. Ureterolitotripsia flexível com laser para cálculos no trato urinário alto. A fragmentação é realizada com Holmiun laser) e a cirurgia realizada sob anestesia geral.
4. Nefrolitotripsia percutânea ou simplesmente cirurgia percutânea  é indicada para cálculos renais desde que sejam maior que 1,5 cm até os que preenchem completamente os rins (cálculo coraliforme).  A  fragmentação pode ser feita com probe balístico, ultrassônico ou Holmium laser). A cirurgia é realizada sob anestesia geral.
DICAS DE ALIMENTAÇÃO PARA PREVENÇÃO DE PEDRAS NOS RINS:

adobe-pdf

2 Comentários

  1. roger rodrigues disse:

    tenho pedras nos rins oque posso tomar pra ajudar a eliminar as pedras enquanto não vó ao medico

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *